quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Architects are Nice Guys...

Neste mês o blog completou 2 anos de existência... e para comemorar eu ponho novamente no ar um texto que o Gabrielito escreveu no blog há mais de um ano, quando ele ainda tinha outro endereço... então acho que poucos já leram.


Na minha opinião esse é um dos melhores textos que o blog já teve.... e quem sabe agora o Gabriel se anima e escreve o "Architects are Nice Guys II"?

Aproveitem o texto e que venha o próximo aniversário!!!


"Architects are Nice Guys", por Gabriel Silva

Dia desses, enquanto assistíamos a “Vozes do Além”, um terror meia-boca com Michael Keaton no papel principal, eu e a Ane começamos a especular em cima dos arquitetos no cinemão americano, já que Keaton interpretava um colega. A lista é longa: Keanu Reeves em “A Casa do Lago” (este sim um romance bem acabado, onde não só o personagem de Reeves como também o pai e o irmão eram arquitetos), Billy Crudup em “Círculo de Paixões” (filme espetacular e pouco lembrado, ambientado nos anos 50, onde Crudup, na verdade, era estudante de arquitetura), “Intersection - uma escolha, uma renúncia” (Richard Gere e Sharon Stone como titulares de um bem-sucedido “taller”), Woody Harrelson em “Proposta Indecente” (um dos cornos mais célebres do cinema), Michelle Pfiffer em “um dia especial”, Adam Sandler no recente “Click” e outros tantos. Completem a lista quem lembrar de mais.

Mas por quê arquitetos?

bem, todos estes são personagens bonitos, charmosos e, principalmente, bonzinhos. Não raro, atormentados, vítimas do destino cruel, para o bem ou para o mal. Nota-se, na estrutura dos roteiros que, quando se quer dar credibilidade a um personagem e promover uma empatia do público com ele, frequentemente os roteiristas recorrem à turma da prancheta. Senão, vejamos: Os advogados são a profissão mais odiada dos EUA. Os médicos, a mais processada… procurando bem, todo mundo tem pereba, só a bailarina, digo… o arquiteto que não tem. Nunca houve um arquiteto filho da puta no cinema (embora saibamos que, na vida real, eles existem - e como). Essa empatia foi satirizada sem dó no pastelão “Quem Vai Ficar com Mary?”, onde o escrotão vivido por Matt Dillon resolve dar o golpe de misericórdia e se faz passar por um “famoso arquiteto” com aspirações humanitárias, derretendo de vez o coração de sua ingênua amada…

E também, ninguém tem coragem de contrariá-los; suas idéias, moral e convicções são sempre inabaláveis e inquestionáveis. Até as sem-vergonhices do personagem de Billy Crudup com as meninas da família Abbott em “Círculo de Paixões” são perdoáveis, tendo o rapaz aquela aura de galã universitário, sempre às voltas com desenhos, réguas e esquadros… E Imagine só… o que fazer para resolver o dilema moral de aprovar ou não as ações de um personagem que só faz metralhar gente o filme inteiro? faça-o arquiteto!!!Sim… Paul Kersey, personagem de Charles Bronson na fatídica seqüência “Desejo de Matar” era, também, arquiteto.

(Se bem que eu me solidarizo com ele… certos clientes… putz… dá uma vontade…)

2 comentários:

  1. Parabéns pelo blog! Legal a visitinha! []s

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  2. Li o blog e gostei. Só pra adicionar na lista dos nice guys, Tom Hanks era arquiteto em Sintonia de Amor (Sleepless in Seattle).

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