quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Momento Vitrola: Fito Paez - No se sí es Baires o Madrid

Eu fico surpreso como ninguém nunca reclamou nos comentários do excesso de referências ao Oscar Niemeyer e ao Fito Paez. Ainda não fiz as contas, mas acho que eles seguem, cabeça a cabeça, competindo pela liderança entre os mais citados. 

Como não sou de polêmica... lá vem Rodolfito outra vez. E em grande estilo.

"No se sí es Baires o Madrid", lançado no final de 2008 em CD e DVD (infelizmente, ainda não no Brasil), registra o magistral concerto de Fito Paez no Palácio dos Concertos em Madri, Espanha, em 24 de abril do ano passado. Fito, no auge de sua maturidade musical, apresenta-se com seu piano de cauda e participações especiais de calibre respeitável, como Pablo Milanés, o "ex-inimigo" Joaquín Sabina e reserva gratas surpresas, como o grupo espanhol Marlango (que eu, aliás, não conhecia. Vale uma visita ao site deles). É justamente acompanhado do Marlango, em especial de sua ótima - e bela - vocalista, Leonor Walting, que Fito protagoniza um dos momentos de ouro do show, ao fulminar a versão original de "Pétalo de Sal" com uma interpretação mágica, irrepreensível e definitiva de uma de suas melhores baladas.


Fito e o Marlango, na inspirada interpretação de "Pétalo de Sal".

E, se na terra natal, Fito Paez já não tem o prestígio de outrora (pelo menos, assim nos contam), na Espanha, a julgar pela acolhida do público madrilenho, seu prestígio segue em alta.

E aqui no Blog também. Estou procurando um lugar pra comprar "online" o dito DVD e não encontro. Se alguém tiver uma dica...

P.S.: Gracias à Ane, que me mostrou o show e ajudou a colocar o videozinho do youtube no texto.

domingo, 25 de janeiro de 2009

A Praça da Discórdia


desenho original de Lucio Costa para o Plano Piloto

Passei pouco mais de um mês fora de Brasília. Ao melhor estilo niemeyeriano, fui a Porto Alegre de carro, e voltei. Viagem interessante, divertida, sobre a qual provavelmente volto a comentar. Mas não é que, chegando de volta, me deparo com uma polêmica? Quase uma bomba, na verdade: Oscar Niemeyer quer construir uma praça no canteiro central da Esplanada dos Ministérios. Bastou ele ter a idéia e o governo do DF abraçar e dizer que vai fazer, que a confusão se armou.

Confesso que sei menos do que gostaria, e ainda não tive acesso a qualquer foto, desenho, croqui ou coisa que o valha da dita praça. Portanto, ainda não deu pra formar opinião, e é por isso que um desenho do Lucio Costa para o plano piloto ilustra esse texto.

Pelo que eu entendi, a praça ficaria no lado leste, após a rodoviária, que resultaria parcialmente encoberta por edificações que integrariam o conjunto. Reza a lenda que tudo começou com uma conversa em tom informal sobre a necessidade de se construir, em algum lugar na área central de Brasília, um grande estacionamento, para acomodar a quantidade insana de carros que todo o dia se amontoam de forma totalmente desordenada na região. Esse estacionamento - subterrâneo, naturalmente, faria parte da proposta do véio para a tal praça, já que ele próprio observou, quando da inauguração da Biblioteca Nacional, mês, passado, que a situação dos estacionamentos na região é caótica.

Por enquanto, vale uma lida no artigo do próprio Oscar Niemeyer, defendendo a construção da praça, e nas notícias publicadas a respeito no Correio Braziliense:



Update em 26/01: O Luciano avisa que o Fernando Lara escreveu sobre a nova praça em seu ótimo blog, "Parede de Meia". O texto é muito bom, e pode ser acessado aqui.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Quanto cabe no vazio?

plaza embajada de israelBuenas e me espalho... é a minha vez de postar no blog neste ano que recém começa.


Em um ensolarado abril eu visitei Buenos Aires pela primeira vez, eu tinha uns 19 ou 20 anos e era um projeto de projeto de projeto de arquiteto... depois de uns 3 dias visitando e estudando a arquitetura porteña estava eu bem tranquilo tomando uma Quilmes, que na época ainda era puramente argentina, quando meu amigo e -até hoje- professor Paulo Cesa me convida para dar uma caminhada e conhecer uma praça que ele tinha visto em uma Summa+... e lá fui eu...

A praça estava há poucos minutos de distância da Plaza San Martin, na Suipacha com Arroyo, ocupando a esquina onde em 1950 foi instalada a embaixada de Israel e que ali funcionou até as 14:50 do dia 17 de março de 1992 quando um carro bomba destruiu completamente o prédio e matou 29 inocentes entre pedestres, membros do corpo diplomático e vizinhos.

Foi realizado um concurso internacional de projetos para construção de uma praça-memorial, concurso que teve cerca de 150 trabalhos apresentados e foi vencido pela equipe formada pelos arquitetos Gonzalo Navarro, Hugo Gutierrez, Patricio Navarro e Hector Fariña que realizaram um projeto bastante simples porém dotado de poética e sensibilidade.

plaza embajada de israel buenos aires argentina
Eles mantiveram a alma do prédio destruído tatuada na empena do prédio vizinho e construíram uma praça com duas lâminas de pedra permeadas por 22 árvores, cada uma representando uma das vitimas que foram identificadas e na empena de outro prédio vizinho, que compõe outra face dessa vazia caixa virtual, foram escritos os nomes das vítimas...

O que mais posso dizer? A primeira vez que estive lá eu fui tomado por um sentimento difícil de descrever e que outras vezes que eu passei por lá esse sentimento não deixou de existir, não sei se o sentimento é catalisado pelo fato de eu ter origem judaica... acho que não, o sentimento de impunidade, o significado e a reflexão presentes no vazio daquela esquina é de umedecer os olhos de qualquer ser humano.

Mais informações:
Página da Wikipedia sobre o atentado.
http://es.wikipedia.org/wiki/Ataque_terrorista_a_la_embajada_de_Israel_en_Argentina

Site com mais informações sobre o projeto.
http://1999.arqa.com/informa/plaz_isr.htm

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A casa da árvore, revisitada

Poucas coisas remetem mais à infância do que uma casa na árvore. Guri de apartamento que fui, a minha ficava no pátio do colégio, com direito a carteirinha de membro do "clube" e tudo mais. Muitas vezes me perguntei, já arquiteto formado, como seria, efetivamente, "projetar" uma. Pois bem, o pessoal do Pacific Environments Architects levou a brincadeira a sério na Nova Zelândia, e o resultado pode ser conferido aqui.
A semelhança com uma cebola é inegável, mas foi um exercício de design bem legal. No link, há várias imagens desde a concepção inicial, desenvolvimento do projeto, construção e fotos da cebola pronta. Vale a visita.

P.S.: A dica da cebola foi do prof. Mario Valiati. Aproveito para fazer o "jabá" de sua excelente coluna sobre design automobilístico e afins, publicada no site iCarros (www.icarros.com.br). O arquivo das colunas já publicadas pode ser acessado aqui.